segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma sociedade criadora não tem guia, porque, nela, cada indivíduo é uma luz para si mesmo. Uma sociedade assim é o resultado das relações entre pessoas que estão em busca de autoconhecimento e compreensão, profundos, fundamentais; e tais pessoas não têm necessidade de uma sociedade estática, com os seus guias ou chefes, com suas autoritárias organizações sociais.

Krishnamurti – Da Insatisfação à Felicidade – 29 de fevereiro de 1948

Texto completo:http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/09/os-governos-sao-expressao-da-violencia.html

 

Os governos são a expressão da violência


PERGUNTA: Porque meio podeis influenciar os chefes de um partido ou os membros de um governo e trabalhar através deles?

KRISHNAMURTI: Pela razão muito simples de que os chefes são fatores de degeneração na sociedade, e os governos são a expressão da violência. E como se pode, como pode qualquer homem que realmente deseja compreender a verdade, trabalhar por meio de instrumentos que são opostos à realidade? Ora, porque desejamos guias políticos ou religiosos? Pela razão muito clara que desejamos ser dirigidos, desejamos que nos digam o que devemos fazer ou o que devemos pensar. Nossa educação, nossas organizações sociais e religiosas estão baseadas nisso: elas não nos dizem como devemos pensar, mas o que devemos pensar. Em tais condições, naturalmente, tendes necessidade de guias, de chefes. Porque estais confusos, porque estais a desintegrar-vos, porque sofreis e não sabeis o que fazer, apelais para alguém, para guias políticos, religiosos, ou econômicos, para que vos ajudem a sair desta caótica condição de existência. 

Krishnamurti – Da Insatisfação à Felicidade – 29 de fevereiro de 1948

A política é apenas instrumento da exploração


O político só lida com a política; o moralista com a moral, o chamado instrutor espiritual com o espírito, cada um pensando que ele é o especialista, e excluindo todos os outros. Toda a nossa estrutura de sociedade se baseia nisso, e portanto estes líderes dos vários departamentos geram maiores estragos e maior miséria. Ao passo que se nós como seres humanos víssemos a ligação íntima entre todos eles, entre políticos, religião, a vida econômica e social, se víssemos a ligação, então não pensaríamos e agiríamos separadamente, de maneira individualista.

Na Índia, por exemplo, há milhões de pessoas a morrer à fome. O Hindu que é nacionalista diz; “Vamos em primeiro lugar tornar-nos intensamente nacionais; então seremos capazes de resolver este problema da fome.” Ao passo que para mim, a maneira de resolver o problema da fome é não tornar-se nacionalista, mas antes pelo contrário; a fome é um problema mundial, e este processo de isolamento apenas incrementa mais a fome. Portanto se o político lidar com os problemas da vida humana apenas como um político, então esse homem cria maior devastação, maior mal, maior miséria. Mas se ele considerar o todo da vida sem diferenciação entre raças, nacionalidades e classes, então ele é verdadeiramente um ser humano, embora possa ser um político.

Krishnamurti - Ojai, California, 11ª Palestra - 30 de Junho de 1934.

sábado, 8 de junho de 2013

Krishnamurti — Sobre a crença em Deus

Pergunta: A crença em Deus foi sempre poderoso incentivo para uma vida melhor. Por que negais a Deus? Por que não procurais reanimar a fé do homem na ideia de Deus?

krishnamurti: Consideremos este problema com amplitude e de maneira inteligente. Eu não nego Deus; seria absurdo fazê-lo. Só o homem que não conhece a realidade se entretém com palavras sem significação. O homem que diz que sabe, não sabe. O homem que conhece a realidade, momento por momento, não tem meios de comunicar essa realidade. A crença é negação da verdade, a crença é um obstáculo à verdade; crer em Deus não é achar a Deus. Nem o crente nem o descrente acharão a Deus. Porque a realidade é o desconhecido, e vossa crença ou descrença do desconhecido é simples autoprojeção, e por conseguinte não é real. Sei que credes e sei que isso tem muito pouca significação na vossa vida. Há muitas pessoas que creem; milhões creem em Deus e encontram consolo nisso. Em primeiro lugar, por que credes? Credes porque isso vos dá satisfação, consolo, esperança, e dizeis que essas coisas dão sentido à vida. Na realidade, vossa crença tem muito pouca significação, porque credes e explorais.
Credes e matais, credes em um Deus universal e vos assassinais mutuamente. O rico também crê em Deus; explora impiedosamente, acumula dinheiro, e depois manda construir uma igreja ou se torna filantropo.

Os homens que lançaram a bomba atômica sobre Hiroxima disseram que Deus os acompanhava; os que voavam da Inglaterra para destruir a Alemanha, diziam que Deus era seu co-piloto. Os ditadores, os primeiros ministros, os generais, os presidentes, todos falam de Deus e têm fé imensa em Deus. Estão prestando algum serviço tornando melhor a vida do homem? As mesmas pessoas que dizem crer em Deus, devastaram a metade do mundo, e o deixaram em completa miséria. A intolerância religiosa, dividindo os homens em fiéis e infiéis, conduz a guerras religiosas. Isso mostra nosso estranho senso político.

A crença em Deus é "poderoso incentivo para uma vida melhor" ? Por que precisais de um incentivo para viver melhor? Ora, por certo, vosso incentivo deve ser vosso próprio desejo de viver com pureza e simplicidade, não achais? Se conferis tanta importância ao incentivo, não estais interessado em tornar a vida possível para todos: estais interessado unicamente no vosso in­centivo, que é diferente do meu incentivo — e brigaremos por causa dos nossos incentivos. Se vivemos felizes e unidos, não porque cremos em Deus, mas porque somos humanos, compartilharemos os diferentes meios de produção, a fim de produzirmos, para todos, as coisas necessárias. Em virtude da nossa falta de inteligência, aceitamos a ideia de uma superinteligênda, a que chamamos Deus; mas esse Deus, essa superinteligência, não nos dará uma vida melhor. O que conduz a uma vida melhor é a Inteligência; e não pode haver inteligência se há crenças, se há divisões de classes, se os meios de produção se encontram nas mãos de poucos, se há nacionalidades isoladas e governos soberanos. Tudo isso indica, por certo, evidente falta de inteligência, e é isso que nos está privando de uma vida melhor, e não a falta de crença em Deus.

Todos vós credes, de diferentes maneiras, mas vossa crença não tem realidade alguma. A realidade é o que sois, o que fazeis, o que pensais, e vossa crença em Deus é apenas uma fuga do vosso viver monótono, estúpido, e cruel. Além disso, a crença, invariavelmente, separa os homens: temos o hinduísta, o budista, o cristão, o comunista, o capitalista, etc. A crença, a ideia, divide, não une os homens. Será possível unir certo número de pessoas em um grupo, mas este grupo se oporá a outro grupo. Ideias e crenças nunca são unificadoras, ao contrário, são fatores de desavença, desintegração e ruína. Por conseguinte, vossa crença em Deus só está, na verdade, espalhando misérias pelo mundo. Ainda que vos tenha trazido momentâneo conforto, na realidade ela trouxe mais sofrimentos e mais destruição, sob a forma de guerras, fome, divisões de classe, e as crueldades de certos indivíduos. Vossa crença, pois, é sem eficácia. Se deveras crêsseis em Deus, se isso fosse uma experiência real, vossos semblantes irradiariam afeto, e não estaríeis destruindo vossos semelhantes.

Mas, que é a realidade, que é Deus? Deus não é a palavra; a palavra não é a coisa. Para conhecer aquilo que é imensurável, independente do tempo, a mente deve estar livre do tempo, o que significa que deve estar livre de todo pensamento, de todas as ideias relativas a Deus. Que sabeis de Deus ou da verdade? De fato nada sabeis daquela realidade. O que conheceis são só palavras, experiências de outrem, ou alguns momentos de experiências um tanto vagas, de vós mesmos. Isso, naturalmente, não é Deus, não é a realidade, não está fora da esfera do tempo. Para conhecer o que está além do tempo, é preciso compreender o processo do tempo, sendo o tempo pensamento, processo de "vir a ser", acumulação de conhecimentos. Aí está todo o fundo que constitui a mente; a mente, ela própria, é o fundo, consciente e inconscientemente, coletiva e individualmente. A mente, por conseguinte, deve estar livre do conhecido, o que significa que deve estar de todo silenciosa, sem ter sido posta em silêncio. A mente que alcança o silêncio como resultado, como consequência de determinada ação, exercício, disciplina, não é mente silenciosa. A mente que é constrangida, controlada, moldada, posta numa forma e obrigada a ficar quieta, não é mente tranquila. Podeis conseguir, por certo período de tempo, forçar a mente a um silêncio superficial, mas essa mente não é tranquila. A tranquidade só pode vir quando se compreende todo o processo de pensamento, porque, compreender o processo é pôr-lhe fim, e o fim do processo de pensamento é o começo do silêncio.

Só quando a mente se acha em silêncio completo, não só na superfície, mas no fundo, de ponta a ponta, tanto nos níveis superficiais como nos níveis mais profundos da consciência — só então pode o desconhecido manifestar-se na existência. O desconhecido não é passível de ser experimentado pela mente; só o silêncio pode ser experimentado; nada mais senão o silêncio. Se a mente experimenta algo que não seja silêncio, está apenas projetando seus próprios desejos e portanto não está em silêncio; enquanto a mente não está silenciosa, enquanto o pensamento, sob qualquer forma, consciente ou inconsciente, se acha em movimento, não pode haver silêncio. Silêncio é liberdade, é estar livre do passado, do saber, da memória, tanto consciente como inconsciente. Quando a mente está silenciosa de todo, quando não está em uso, quando há o silêncio que não é produto de esforço, só então se manifesta o atemporal, o eterno. Esse estado não é um estado de lembrança; não há nele entidade que se recorda, que experimenta.

Por consequência, Deus ou a verdade — ou como quiserdes chamá-lo — é algo que se manifesta de momento a momento, e isso só pode acontecer num estado de liberdade e espontaneidade, e não quando a mente foi disciplinada, de acordo com uma padrão. Deus não é produto da mente, não é resultado de autoprojeção; só pode surgir quando há virtude, que é liberdade. Virtude é enfrentar o fato, o que é. E enfrentar o fato é um estado de bem-aventurança. Só quando a mente está repleta de felicidade, tranquila, imóvel, sem nenhuma projeção de pensamento, consciente ou inconsciente — só então se manifesta o Eterno.

Krishnamurti
A Primeira e Última Liberdade

As teorias são isentas de valor para um homem que vive, embora sejam excelentes para um homem morto.

Para a elaboração de teorias, não há fim.

Teorias são moldes nos quais a mente humana tem de conformar-se, e, onde houver conformidade, não haverá inteligência.

- Krishnamurti - Coletânea de Palestras, 1931 |

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O amor é a única coisa que poderá salvar o homem.

"O problema por conseguinte, é este: para que o homem possa transformar-se radicalmente, fundamentalmente, torna-se necessária uma mutação nas próprias células cerebrais de sua mente. Dizem-nos que devemos mudar, que devemos agir, que devemos transformar nossa mente, nosso coração, tornar-nos uma coisa totalmente diferente. Isso vem sendo pregado há milhares de anos por homens muito sérios, muito ardorosos, e também por charlatães interessados em explorar o povo. Mas, agora, chegamos ao ponto em que não há mais tempo a perder. Compreendei isto por favor. Não dispomos de tempo para efetuar gradualmente tal transformação. Os intelectuais de todo o mundo estão reconhecendo que o homem se acha à beira de um abismo, na iminência de destruir a si próprio. Nem religiões, nem deuses, nem salvadores, nem mestres, nem as lenga-lengas dos gurus, poderão impedi-los. Dizem os intelectuais ser necessário inventar uma nova uma 'pílula dourada' capaz de produzir uma completa transformação química; e os cientistas provavelmente descobrirão esta droga. Não sei se estais bem a par dessas coisas. Ora conquanto o organismo físico seja um produto bioquímico, pode uma droga, uma superdroga fazer-vos amar, tornar-vos bondosos, generosos, delicados, não violentos?
Não o creio; nenhum preparado químico pode fazer os homens amarem-se uns aos outros. O amor não é um produto do pensamento; também não é cultivável, como a flor que cultivamos em nosso jardim. O amor não pode ser comprado numa drogaria, e o amor é a única coisa que poderá salvar o homem - e não os artifícios das religiões, nem seus ritos, nem todos os exércitos do mundo. Podemos fugir, assistindo a concertos, visitando, entregando-nos a divertimentos de toda ordem - debalde! - porque o homem se acha hoje em dia em presença de um tremendo problema: se tem a possibilidade de transformar-se radicalmente, de efetuar uma total mutação de sua consciência, não amanhã, nem daqui a alguns anos, mas agora! Eis o problema principal: se o homem, em qualquer país que viva, com todas as suas belezas naturais, é capaz de operar uma mutação radical em seu interior, imediatamente. E não podeis resolvê-lo com vossas crenças, vossas ideologias, vossos deuses, salvadores, sacerdotes e rituais. Essas coisas já não tem o menor significado."

- J.Krishnamurti -

http://espalharcoisasboas.blogspot.com.br/2009/08/o-problema-por-conseguinte-e-este-para.html



 
Renúncia total.

Talvez você nunca tenha experimentado aquele estado de mente em que há total renúncia de todas as coisas, um completo deixar. E você não pode renunciar a tudo sem profunda paixão, pode? Você não pode renunciar a tudo intelectualmente ou emocionalmente. Existe renúncia total, certamente, apenas quando existe intensa paixão. Não fique alarmado com essa palavra porque um homem que não é apaixonado, que não é intenso, nunca pode compreender ou sentir a qualidade da beleza. A mente que guarda alguma coisa de reserva, a mente que tem um interesse investido, a mente que se prende à posição, poder, prestígio, a mente que é respeitável, o que é um horror; tal mente nunca pode renunciar a si mesma.

The Book of Life.

http://www.jkrishnamurti.org/pt/krishnamurti-teachings/view-daily-quote/20130504.php?t=Abandonment

 
Interrogante: Há na Bíblia uma frase de Jesus Cristo que sustenta que devemos perdoar e amar até mesmo os nossos inimigos. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

***

Krishnamurti: A pergunta desse senhor é sobre um dito de Jesus sobre o perdão e sobre o amor. E vós o que dizeis?
Pessoalmente não costumo ler nenhum desses livros - Corão-Bíblia-Pitakas-Gita-Upanishads... E se repetis o que diz Jesus ou outro, eu vos digo: Não lhes deis ouvidos. Não sigais ninguém. Não aceiteis nenhuma autoridade. Porque todos podem estar errados, e geralmente estão quando se lhes atribui autoridade. Tecnologicamente, a autoridade é necessária, para aprendermos a operar uma máquina, um computador, um carro, etc...Mas se tendes alguma autoridade psicológica, isso significa morte, escuridão. Este país está cheio de autoridades dessa espécie- a autoridade do chefe de família, a autoridade do instrutor, de Buda, Krishna, Maomé, etc... No ocidente a autoridade é o Cristo, etc...E há os ideólogos políticos, os filósofos, professores, os líderes de esquerda e direita; os "santos" que jejuam e meditam, etc... Não sigais ninguém, nem mesmo a este orador que vos fala. Não sois capazes de ver por vós mesmos ou de pensar por vós mesmos de maneira original e criativa; foi sempre este o veneno! Pensar por si mesmo significa revoltar-se. Não sois capazes de revoltar-vos; tendes medo de perder o emprego, de que as coisas vos saiam erradas. E assim aceitais a tradição. A tradição é sempre morta, e porque estais seguindo coisas mortas, estais a morrer.

- Krishnamurti -



SOBRE O MEDO.

Uma das causas principais do medo é que não desejamos encarar-nos tais como somos. Assim, temos de examinar tanto os nossos temores como essa rede de vias da fuga que criamos para nos libertarmos deles. Se a mente, que inclui o cérebro, procura dominar o medo, se procura reprimi-lo, discipliná-lo, controlá-lo, traduzi-lo em coisa diferente, daí resulta atrito e conflito, e esse conflito é um desperdício de energia.

A primeira coisa, portanto, que devemos perguntar a nós mesmos é: "Que é o medo, e como nasce?" Que entendemos pela palavra medo, em si? Estou perguntando a mim mesmo o que é o medo e não de que é que tenho medo.

Vivo de uma certa maneira; penso conforme um determinado padrão; tenho algumas crenças e dogmas, e não quero que esses padrões de existência sejam perturbados, porque neles tenho as minhas raízes. Não quero que sejam perturbados porque a perturbação produz um estado de desconhecimento de que não gosto. Se sou separado violentamente das coisas que conheço e em que creio, quero estar razoavelmente seguro do estado das coisas que irei encontrar. As células nervosas criaram, pois, um padrão, e essas mesmas células nervosas recusam-se a criar outro padrão, que pode ser incerto. O movimento do certo para o incerto é o que chamo medo.

- Jiddu Krishnamurti, Liberte-se do Passado |

Texto completo: http://www.jiddu-krishnamurti.net/pt/krishnamurti-liberte-se-do-passado/jiddu-krishnamurti-liberte-se-do-passado-05



 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sobre as igrejas.

Sobre as igrejas.

As igrejas são edificadas pelo medo de vocês, pelos seus desejos de continuação egoísta. A moral da religião e dos negócios nasce da profunda segurança egoísta, não sendo, portanto, moral. As igrejas e outras organizações, não podem servir de auxílio para vocês, por se acharem baseadas na estupidez humana e no espírito de aquisição.

Como pode haver verdadeira moral se os governos, por todo o mundo, como também as igrejas, conferem honrarias às pessoas que são a expressão suprema do espírito de aquisição? Esta estrutura moral, em seu todo, está apoiada por vocês e, portanto, só pelos seus próprios pensamentos e ações é que vocês poderão radicalmente alterá-la, fazendo vir à existência a verdadeira moral, a verdadeira inteligência.

- Krishnamurti – Do livro: Krishnamurti no Chile e no México em 1935 |

http://nossaluzinterior.blogspot.com.br/2010/02/sobre-as-igrejas.html

 

O que é religião?

"A divisão entre o protestante e o católico, entre o  hindu e o muçulmano, isso não é religião. Então, quando você nega tudo isso - o que significa que você não é mais um hindu, não é mais um católico, não pertence mais a alguma perspectiva sectária - então sua mente questiona: o que é a verdadeira religião? Ela não vem a partir de rituais, dos mestres, dos salvadores, não é através disso."

- J.Krishnamurti - O que é religião :http://www.youtube.com/watch?v=kKbS1PrufTU


Verdade

"O homem não pode atingir a verdade por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo. Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente e através da observação." 

(Jiddu Krishnamurti)

Se você acredita na reencarnação...

E se você acredita na reencarnação - como se supõe que acredite, uma vez que as vossas escrituras falam acerca disso - então o que interessa é o que você é agora. Porque o que você é agora, vai condicionar o seu futuro. Portanto o que você é, o que faz, o que pensa, o que sente, como vive - tudo isso importa infinitamente. Se você nem sequer acredita na reencarnação, então só existe esta vida. Então importa tremendamente o que faz, o que pensa, o que sente, se explora ou se não explora, se ama, se tem sentimentos, se é sensível, se existe beleza. Mas, para viver assim, você tem de compreender a morte e não colocá-la ao longe, no fim da sua vida – que é uma vida de sofrimento, uma vida de medo, uma vida de desespero, uma vida cheia de incertezas. Portanto você tem que trazer a morte para perto; isto é, tem de morrer.

- Krishnamurti - The Collected Works vol XV, p 79 |

A pessoa religiosa não pertence a nenhum grupo que se intitule religioso.

“A verdadeira mente religiosa não pertence a nenhum culto, nenhum grupo, nenhuma religião, a nenhuma igreja instituída".

A mentalidade religiosa não é a mentalidade hindu, a mentalidade cristã, a mentalidade budista, a muçulmana.
A pessoa religiosa não pertence a nenhum grupo que se intitule religioso.
Ela não frequenta igrejas, templos, mesquitas, nem se apega a determinadas crenças e dogmas.
A mente religiosa é completamente só.
Ela já compreendeu a falsidade das igrejas, dogmas, crenças tradições.
Não sendo nacionalista nem condicionada pelo ambiente, não tem horizonte nem limites, é explosiva, nova, fresca, sã.
A mente sã, jovem, é extraordinariamente maleável, sutil, não tem âncora.
Somente ela pode descobrir o que se chama "deus", o que é imensurável”.

- J. Krishnamurti - Do livro "Ensinar e Aprender" - ICK Editora.http://veramartinsitajai.blogspot.com.br/2009/12/krishnamurti-pessoa-religiosa-nao.html