quarta-feira, 17 de julho de 2013

Quando você foi educado desde a infância para se divertir e fugir de si mesmo mediante entretenimento – do tipo religioso ou outro qualquer – e quando a maioria dos psicólogos diz que você precisa expressar tudo o que sente e que qualquer forma de repressão é prejudicial, levando a várias formas de neuroses, você naturalmente mergulha mais e mais no mundo do esporte, das diversões, do entretenimento, tudo isso o ajudando a fugir de si mesmo, daquilo que você é. A compreensão da natureza do que você é, sem distorções, sem tendenciosidades, sem nenhuma reação àquilo que você descobre ser você, é o começo da austeridade.

- J.Krishnamurti - http://goo.gl/vKiVl

 
"Tudo se resume a não se apegar aos seus pensamentos e sentimentos.
Não significa parar de pensar ou sentir. Isso seria impossível. O que eu sugiro é a percepção de que os pensamentos e as emoções são apenas ideias e sensações fluindo por nós. Quando olhamos para o céu, observamos nuvens fluindo através dele - aproximando-se, distanciando-se ou se dissolvendo. Algumas parecem tomar a forma de animais, faces, objetos. Não há a mínima possibilidade de segurar ou agarrar-se a qualquer uma das formas, ou mesmo a qualquer uma das nuvens. Só nos é possível observá-las e vê-las flutuar. Nossas mentes são da mesma forma. Pense que elas são como um vasto céu claro. Nossos sentimentos, emoções e pensamentos são como nuvens. Eles flutuam, aproximando-se e tomando forma, para em seguida, afastarem-se. O segredo é não se apegar a eles. Somente quando nos apercebemos disto é que nos tornamos disponíveis para controlar mente e corpo, ao invés de sermos controlado por eles.

Esta prática também sugere que não devemos tratar nossos pensamentos com seriedade excessiva e a rir deles (ou simplesmente ignorá-los) quando sentimos que não somos nós, mas nossos egos no controle. É assim que criamos a possibilidade de construção de nossa verdadeira liberdade e paz interior."

- Bruce Lee

http://ouisto.blogspot.com.br/2013/06/fluidez.html

 
"A contribuição de Pitágoras à filosofia ocidental é imensa, incalculável. Pela primeira vez, ele introduziu o vegetarianismo ao Ocidente. A ideia do vegetarianismo é de imenso valor; ela está baseada na grande reverência à vida.
A mente moderna pode agora entender isso de uma maneira muito melhor, pois agora sabemos que todas as formas de vida estão interligadas, são interdependentes. O ser humano não é uma ilha, ele existe em uma rede infinita de milhões de formas de vida e de existência. Existimos em uma corrente, não estamos separados. E destruir outros animais não é apenas feio e desumano, mas também não-científico. Estamos destruindo nossa própria fundação, já que a vida existe em uma unidade orgânica. O ser humano existe como parte dessa orquestra".

~ Osho

Philosophia Perennis, volume 2, capítulo 6.

Sobre o Vegetarianismo - Osho: http://goo.gl/IEv49

 
A mente quer milagres.

Pergunta: Ficaria surpreendido se o Cristo dos Evangelhos aparecesse de repente, para que todos o vissem?

Krishnamurti: Sabem, a mente quer milagres, ideias românticas, fenômenos sobrenaturais extraordinários. Não que não haja milagres, não que não haja fenômenos sobrenaturais; mas nós procuramo-los porque as nossas mentes e corações são tão pobres, tão vazios, tão miseráveis, tão feios, que pensamos que podemos dominar essa pobreza de espírito e de coração procurando esses milagres, correndo atrás de fenômenos, perseguindo-os. E quanto mais procurarem fenômenos e milagres, menos ricos serão, menos plenitude de mente terão, menos afeto. Quando existe plenitude de mente e coração, então haja ou não milagres ou fenômenos suprafísicos, isso terá muito pouca importância. Ora nós criamos tais divisões, tais distinções entre o físico e o suprafísico, porque o físico é tão intolerável, tão feio. Queremos fugir, e vocês seguem qualquer pessoa que os possa conduzir ao suprafísico, e chamam a isso espiritual; mas nada mais é que outra forma de autêntico materialismo grosseiro. Ao passo que a verdadeira espiritualidade consiste em viver harmoniosamente, com perfeita harmonia no vosso coração e na vossa mente, porque há compreensão, e nessa compreensão há o prazer de viver.

-J.K - Auckland, Nova Zelândia, 2ª palestra nos jardins da Escola de Vasanta 31 de março, 1934.

http://www.jiddu-krishnamurti.net/pt/krishnamurti-o-que-e-a-accao-correcta/1934-03-31-krishnamurti-o-que-e-a-accao-correcta

 
Pergunta: Não acredita nem na posse nem na exploração; mas sem uma ou sem outra como poderia viajar e dar conferência ao mundo?

Krishnamurti: Dir-lhes-ei muito simplesmente. Para viver no mundo sem exploração, têm que se retirar para uma ilha deserta. Tal como é o sistema – como é agora – para viver, se viverem nesse sistema, têm que o explorar.

Compreendamos o que quero dizer com exploração. Ora, para mim, se não descobrirem por vocês próprios inteligentemente quais são as vossas necessidades, então tornam-se exploradores. Se descobrirem por vocês próprios, inteligentemente, quais são as vossas necessidades, então não são exploradores; mas isso requer muita inteligência. Em primeiro lugar, nós temos muitas coisas porque pensamos que pela posse de muitas coisas, seremos felizes. Portanto para possuir essas muitas coisas temos que explorar; ao passo que, se tiverem realmente considerado quais são as vossas necessidades essenciais, nisso não há exploração, de facto, se chegarem a pensar nisso. E eu descobri por mim quais são as minhas necessidades. No que respeita às minhas viagens, os amigos pedem-me para ir a diferentes lugares, e eu vou. Se não mo pedirem, não viajo; e mesmo que não fale ou ensine, posso perfeitamente fazer qualquer outra coisa. Agora, se eu quisesse convertê-los a todos a uma forma específica de pensamento, e se os forçasse, e recebesse fundos para o alterar – a isso chamar-se-ia exploração. Aquilo de que falo é o inevitável, quer gostem ou não, e o homem inteligente aceita inteligentemente o inevitável. Portanto não sinto que estou a explorar, e sei que não estou, nem sou possessivo.

Mais uma vez esse sentido de possessividade – para se estar realmente livre de tudo isso, tem que se estar tão alerta, tão consciente, para não se enganar a si próprio, porque no pensamento de que se está livre da possessividade pode residir muita auto-ilusão. Pensa-se tantas vezes que se é livre, mas vive-se realmente no manto da auto-ilusão. No momento em que a vossa necessidade está satisfeita, não se apegam a ela; não sentem direitos de propriedade sobre ela.

-J.K - Auckland, Nova Zelândia, 2ª palestra nos jardins da Escola de Vasanta 31 de março, 1934.

http://www.jiddu-krishnamurti.net/pt/krishnamurti-o-que-e-a-accao-correcta/1934-03-31-krishnamurti-o-que-e-a-accao-correcta

 
Pergunta: Acredita no Comunismo, conforme compreendido pelas massas?

Krishnamurti: Não sei o que as massas compreendem, portanto não o posso explicar. Então o que é isso, afinal? Vamos olhar para isso, não do ponto de vista de qualquer “ismo”, mas do ponto de vista da condição humana comum. Como pode existir verdadeira compreensão dos povos quando se consideram Novo Zelandeses, e eu me considero um Hindu? Como podemos contactar uns com os outros? Como pode haver uma relação vital entre nós, uma compreensão humana entre nós? Ou, se nos dividirmos por rótulos, vocês denominando-se Cristãos e eu Hindu, com determinados preconceitos, dogmas, credos, como poderá haver verdadeira fraternidade? Podemos falar de tolerância, que é uma invenção intelectual para os manter onde estão e para me manter onde estou, e tentarmos ser amistosos. Isto não significa que eu esteja a falar de uniformidade; agora há uniformidade. Vocês são todos de uma crença, de um ideal, de um dogma, embora possam variar nessa prisão, pintando cada barra diferentemente; mas é uma prisão, e vocês querem preservar a vossa prisão com as suas decorações, e os Hindus querem conservar as suas prisões com as suas decorações, e tentam ser fraternos, e a esta fraternidade chama-se tolerância. Ao passo que, para mim, toda esta ideia é a própria negação da verdadeira compreensão, da unidade humana. Portanto através do processo do tempo, podem ser levados, como tantos escravos, a aceitar o Comunismo, conforme aceitam agora o Capitalismo; e nessa força de serem conduzidos, não pode haver ação voluntária, tal como agora não pode haver acção voluntária. Portanto, se aceitarem meramente qualquer um dos dois, e viverem em qualquer um dos dois, certamente que não estão a ser criativamente individuais. São apenas como cordeiros, sejam cordeiros capitalistas ou cordeiros comunistas, conduzidos pelo meio, pela situação, forçados a aceitar. Com certeza que uma coisa assim não é moral; uma coisa assim não é rica ou espiritual, verdadeira. E eu afirmo que a verdadeira condição humana só pode acontecer quando vocês, como indivíduos, fizerem estas coisas voluntariamente, porque vêem nisto a necessidade, a imensa profundidade – não apenas a excitação superficial. Então haverá a possibilidade de os indivíduos viverem criativamente, completamente; não quando são conduzidos.

Fonte: http://goo.gl/9kxSl




"“....Direi a você qual é a maior, a principal causa de cerca de dois terços dos males que perseguem a humanidade desde que esta causa se tornou um poder. É a casta sacerdotal, o clero e as igrejas; é nestas ilusões que o homem vê como sagradas, que ele deve procurar a fonte daquele sem-número de males, que é a grande maldição da humanidade e que quase domina totalmente o gênero humano. A ignorância criou os Deuses e a astúcia aproveitou a oportunidade. Veja a Índia, veja a Cristandade, o Islamismo, o Judaísmo e o fetichismo. Foi a impostura dos cleros que fez com que estes Deuses passassem a ser tão terríveis para o homem; é a religião que o transforma no beato egoísta, no fanático que odeia toda a humanidade fora da sua própria seita, sem torná-lo em nada melhor ou mais moral por isso. É a crença em Deus e nos Deuses que faz de dois terços da humanidade escravos de um punhado daqueles que os enganam com o falso pretexto de salvá-los. O homem não está sempre pronto a cometer qualquer tipo de maldade se lhe disserem que seu Deus ou Deuses exigem o crime – vítima voluntária de um Deus ilusório, escravo abjeto de seus ministros astuciosos? Os camponeses irlandeses, italianos e eslavos passarão fome, e verão suas famílias famintas e sem roupa, para alimentar e vestir seu padre e seu papa. Durante dois mil anos a Índia gemeu sob o peso das castas, com os brâmanes engordando só a si mesmos com o melhor da terra, e hoje os seguidores de Cristo e os de Maomé estão cortando as gargantas uns dos outros em nome – e para maior glória – dos seus respectivos mitos. Lembre que a soma da miséria humana nunca será diminuída até aquele dia em que a parte melhor da humanidade destruir, em nome da Verdade, da moralidade e da caridade universal, os altares dos seus falsos deuses"

("Cartas dos Mahatmas para A.P.Sinnett")

sábado, 13 de julho de 2013

Sentar-se em silêncio.

Assim como o aluno escova os dentes todos os dias, toma banho todos os dias, aprende coisas novas todos os dias, assim também deve ocorrer a ação de sentar-se em silêncio com os outros ou sozinho. Esta solidão não pode ser produzida mediante instrução, nem pode ser pressionada pela autoridade externa da tradição, ou induzida pela influência daqueles que querem sentar-se e permanecer em silêncio, mas são incapazes de estar sós. A solidão ajuda a mente a ver com clareza, como num espelho, e a libertar-se do vão esforço da ambição, com todas as complexidades, medos e frustrações, que são o resultado da atividade centrada em si mesma. A solidão dá a mente uma estabilidade, uma constância que não deve ser medida em termos de tempo. Essa clareza mental constitui o caráter. A falta de caráter é o estado de autocontradição.

Krishnamurti

http://nossaluzinterior.blogspot.com.br/2012/01/salutar-necessidade-de-solidao.html

 
UG Krishnamurti    e   Jiddu Krishnamurti 


Há dois famosos  Krishnamurti. Eles se conheciam. Eles 

tinham ensinamentos semelhantes. Ambos eram anti-guru. 

UG Krishnamurti era tão contra ser um guru que ele não deu 

muitas palestras. Ele parou quando suas palestras tornaram-

se populares. Jiddu Krishnamurti optou por abandonar a 

organização espiritual que foi criada para ele e seguiu seu 

próprio caminho, ensinando durante toda a sua vida. 

Porque ambos são chamados de "Krishnamurti"? Eles estavam relacionados?
Nomes indianos do sul - Brâmanes.
Krishnamurti é, em ambos os casos, o nome pessoal. O nome 

da família de Jiddu Krishnamurti era Jiddu . Da mesma 

forma, o nome de família de UG Krishnamurti 

era Uppaluri . 

Fonte (em inglês):  http://www.squidoo.com/krishnamurti                   
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE UG KRISHNAMURTI NOS LINKS ABAIXO : 

QUEM TEM MEDO DE U.G. KRISHNAMURTI? :


 : http://metaut.blogspot.com.br/2013/04/o-estado-natural-natural-state.html

quinta-feira, 11 de julho de 2013

"Não se torne um seguidor. Todos os seguidores estão perdidos."
- Osho
http://www.oshosukul.com/OshoSuk1.html



Atenção completa.

O que queremos dizer com atenção? Existe atenção quando estou forçando minha mente a atentar? Quando digo para mim mesmo, “Eu devo prestar atenção, tenho que controlar minha mente e deixar de lado outros pensamentos”, você chamaria isso de atenção? Certamente isso não é atenção. O que acontece quando a mente se força a dar atenção? Ela cria uma resistência para impedir que outros pensamentos se infiltrem; ela está interessada em resistência, em afastar, portanto é incapaz de atenção. Isso é verdade, não é?
Para compreender alguma coisa totalmente você deve dar sua completa atenção a ela. Mas logo descobrirá como isso é extraordinariamente difícil, porque sua mente está acostumada a se distrair, então você diz, “Por Deus, é bom dar atenção, mas como vou fazer isto?” Ou seja, você está de volta novamente ao desejo de conseguir alguma coisa, então nunca prestará atenção completa. Quando você vê uma árvore ou um pássaro, por exemplo, prestar completa atenção não é dizer, “Isso é um carvalho” ou, “Aquilo é um papagaio”, e ir em frente. Ao lhe dar um nome você já parou de prestar atenção. Ao contrário, se você está totalmente consciente, totalmente atento quando olha para alguma coisa, então descobrirá que uma completa transformação acontece, e essa total atenção é o bem. Não existe outra, e você não pode conseguir total atenção pela prática. Com a prática você consegue concentração, isto é, constrói muros de resistência, e dentro desses muros de resistência está quem se concentra, mas isso não é atenção, é exclusão.

J. Krishnamurti, The Book of Life.http://www.jkrishnamurti.org/pt/krishnamurti-teachings/view-daily-quote/20130709.php

 
A eliminação do medo é o início da atenção.

Como o estado de atenção vai surgir? Ele não pode ser cultivado através de persuasão, comparação, prêmio, ou punição, todas elas são formas de coerção. A eliminação do medo é o início da atenção. O medo existirá enquanto houver o anseio de ser ou de se tornar, que é a busca de sucesso, com todas as suas frustrações e tortuosas contradições. Você pode ensinar concentração, mas a atenção não pode ser ensinada, assim como não pode ensinar a liberdade do medo, e na compreensão destas causas está a eliminação do medo. Então a atenção surge espontaneamente quando em torno do aluno há uma atmosfera de bem estar, quando ele tem o sentimento de estar seguro, de estar confortável, e está consciente da ação desinteressada que vem com o amor. O amor não compara, e assim a inveja e a tortura de “se tornar” cessam.

J. Krishnamurti, The Book of Life. http://www.jkrishnamurti.org/pt/krishnamurti-teachings/view-daily-quote/20130710.php

 
Senhores, não existe lugar para se chegar, existe apenas este movimento de aprender que se torna doloroso só quando há acumulação. Uma mente que está ouvindo em completa atenção nunca buscará um resultado porque está constantemente se abrindo; como um rio, ela está sempre em movimento. Tal mente está totalmente inconsciente de sua própria atividade, no sentido de que não há perpetuação de um ego, de um “eu”, que está buscando atingir um fim.

J. Krishnamurti, The Book of Life.

http://goo.gl/bZtYE

 
A mente deve ser livre.

Enquanto você está seguindo outra pessoa, não importa quem seja ela, nunca descobrirá o que é eterno, "o outro estado" existente além dos limites da mente. Necessita-se, pois, de liberdade, exatamente no começo - não liberdade para escolher os seus vários gurus, pois isto não é liberdade, - porém, liberdade para investigar, o que significa que não se deve seguir ninguém. Por conseguinte, não deve haver guru, nem mestre, nem livro sagrado. Para ser capaz de descobrir o que é verdade, a mente deve ser livre; e a mente não está livre quando pejada de conhecimentos acumulados e de experiências dela própria. "Aprender" é um constante processo de eliminação do que se está acumulando, eliminação, a fim de se continuar descobrindo.

J.Krishnamurti - Da solidão à Plenitude Humana.http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
Vivemos como escravos.

A maioria de nós não está livre. Somos escravos do hinduísmo, do comunismo, desta ou daquela sociedade, de líderes, de partidos políticos, religiões organizadas, gurus e, assim, acabamos perdendo nossa dignidade de seres humanos. Só temos dignidade como ser humano quando experimentamos, cheiramos e conhecemos essa coisa extraordinária chamada liberdade. Da liberdade florescente é que vem a dignidade humana. Se não conhecemos essa liberdade, vivemos como escravos.

J.Krishnamurti - Sobre A Liberdade.http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
"Todas as ideologias são idiotas, sejam religiosas ou políticas, pois são apenas pensamento conceptual, a palavra conceptual, o que infelizmente dividiu o homem."

~ Jiddu Krishnamurti
A ausência de imaginação, a ausência de vontade, a ausência de esforço, a ausência de todo o movimento em qualquer direção, em qualquer nível, em qualquer dimensão - é isso. E isso é algo que não pode, de todo, ser experimentado - não é uma experiência. Você está interessado em experimentar êxtase, bem-aventurança, amor, e Deus sabe o quê, mas isso é algo inútil. Se eu experimentar felicidade, é isso felicidade? Ela é criada pelo conhecimento que tenho. É o conhecimento. Ser livre de conhecimento não é uma coisa fácil. Você é esse conhecimento - não só o conhecimento que você adquiriu nesta vida, mas o conhecimento de milhões e milhões de anos, as experiências de todos.

U.G. Krishnamurti
Vivemos como escravos.

A maioria de nós não está livre. Somos escravos do hinduísmo, do comunismo, desta ou daquela sociedade, de líderes, de partidos políticos, religiões organizadas, gurus e, assim, acabamos perdendo nossa dignidade de seres humanos. Só temos dignidade como ser humano quando experimentamos, cheiramos e conhecemos essa coisa extraordinária chamada liberdade. Da liberdade florescente é que vem a dignidade humana. Se não conhecemos essa liberdade, vivemos como escravos.

J.Krishnamurti - Sobre A Liberdade.http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
A mente deve ser livre.

Enquanto você está seguindo outra pessoa, não importa quem seja ela, nunca descobrirá o que é eterno, "o outro estado" existente além dos limites da mente. Necessita-se, pois, de liberdade, exatamente no começo - não liberdade para escolher os seus vários gurus, pois isto não é liberdade, - porém, liberdade para investigar, o que significa que não se deve seguir ninguém. Por conseguinte, não deve haver guru, nem mestre, nem livro sagrado. Para ser capaz de descobrir o que é verdade, a mente deve ser livre; e a mente não está livre quando pejada de conhecimentos acumulados e de experiências dela própria. "Aprender" é um constante processo de eliminação do que se está acumulando, eliminação, a fim de se continuar descobrindo.

J.Krishnamurti - Da solidão à Plenitude Humana.http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
É muito estranha esta nossa adoração dos exemplos, modelos, dos ídolos. Não queremos o que é puro, verdadeiro em si mesmo; queremos intérpretes, exemplos, mestres, gurus, para, por seu intermédio, alcançarmos alguma coisa - e tudo isso é puro absurdo, um meio de explorar a outros. Se cada um de nós fosse capaz de pensar claramente desde o começo, ou de reeducar-se para pensar claramente, todos esses exemplos, mestres, gurus, sistemas, se tornariam completamente desnecessários, como realmente são.

J.Krishnamurti - Da solidão à Plenitude Humana.

http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
Um homem nunca indaga por que razão depende psicologicamente de outrem. Se você examinar bem isso, verá quanto é infeliz. Você não sabe o que fazer com essa solidão, esse isolamento, que é uma forma de suicídio. E, assim, não sabendo o que fazer, você depende. Essa dependência proporciona consolação, uma relação de companheirismo, mas, se esse companheirismo se altera ligeiramente, ficais enciumado, furioso.

J.Krishnamurti - Fora da Violência.

http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html
 
Alguém já se perguntou: "Posso ser uma luz para mim mesmo - não a luz de outrem, a luz de Jesus ou de Buda? Pode-se ser a luz para si mesmo? Isso quer dizer que não há sombra, pois ser uma luz para si mesmo significa que esta não é apagada por nenhum meio artificial, por circunstâncias, por tristeza, por acidente. Pode-se ser isso para si mesmo? Sim, mas só quando a mente não é desafiada porque está completamente desperta. A maioria de nós, entretanto, necessita de desafios, porque a maioria de nós está adormecida - adormecida porque fomos adormecidos por todos os filósofos, por todos os santos, por todos os deuses, sacerdotes e políticos. Adormece-se uma pessoa e ela não sabe que está adormecida: pensa que isso é normal. Um homem que quer ser a luz para si mesmo tem que se libertar disso tudo. Pode-se ser a luz para si mesmo somente quando não há "eu". Então, essa luz é a luz eterna, perene, imensurável.

J.Krishnamurti - Perguntas e Respostas.

http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/krishnamurti-importancia-de-ser-uma-luz.html

 
UMA MENTE INTELIGENTE.

Uma mente inteligente age no campo do pensamento inteligentemente, sensatamente, sem resistência; ela está livre da estrutura e das implicações do apego, da ação do apego, da busca de poder com todas as suas complicações, sua crueldade. Ela vê o processo divisor do pensamento, e vendo isso claramente, totalmente, tem energia; essa energia é inteligência. Tendo essa energia, essa inteligência, ela pode operar no campo do pensamento, não o contrário.

- J.Krishnamurti -

Saanen, 2nd Public Talk 16th July 1974
Por que damos uma ênfase tão extraordinária à mente? 

O nosso problema está no fato de a nossa vida ser vazia e de não conhecermos o amor; conhecemos sensações, conhecemos a publicidade, conhecemos exigências sexuais, mas não há amor. E como se faz para transformar esse vazio, como encontrar essa chama sem fumaça? Esta é por certo a pergunta, não é? Então, vamos descobrir juntos a verdade desse assunto.

Por que a nossa vida é vazia? Embora sejamos muito ativos, embora escrevamos livros e frequentemos o cinema, embora nos divirtamos, amemos e vamos ao escritório, nossa vida é vazia, tediosa, mera rotina. Por que os nossos relacionamentos são tão superficiais, estéreis e sem muito sentido? Conhecemos a nossa vida suficientemente bem para saber que a nossa existência tem muito pouco significado; citamos frases e idéias que aprendemos — o que fulano ou beltrano disseram, o que os mahatmas, os santos mais recentes ou os antigos santos disseram. Se não for um líder religioso, seguimos um líder político ou intelectual, seja Marx, Adler ou Cristo.

Somos apenas fitas gravadas que repetem, e damos a essa repetição o nome de conhecimento. Aprendemos, repetimos, e a nossa vida continua extremamente superficial, entediante e repulsiva. Por quê? Por que é assim? Por que atribuímos tanta importância às coisas da mente? Por que a mente veio a se tornar tão importante na nossa vida — quando digo mente refiro-me às idéias, ao pensamento, à capacidade de racionalizar, de avaliar, de sopesar, de calcular?

Por que damos uma ênfase tão extraordinária à mente?

- J.Krishnamurti

Sobre o Vazio Existencial:http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2013/06/vazio-existencial.html

 
O fato evidente é que, se você não tem um problema, você cria um. Se você não tem um problema, você não sente que está vivendo.

UGK
Q: Nós queremos entender este problema do sofrimento.

UGK: Escute aqui. Não conseguir o que você quer é sofrimento- não importa o que você quer - felicidade, boa saúde, iluminação.
A sua própria escuta é interpretação. Você nunca ouve ninguém: não é possível para você ouvir alguém sem interpretar. A interpretação é uma parte do seu fundo, por isso não é possível para você ouvir nada sem interpretar o que você está ouvindo.

UGK
Q: Você quer dizer que se eu parar de procurar, uma mudança vai ocorrer em mim?

UGK: Sim, vai. E quando eu digo "Sim, vai", então e depois? De que serve a minha garantia para você? De nada serve - é completamente inútil - então, você não me escute nem a ninguém. Ouvir outras pessoas é o que você tem feito toda a sua vida - é a causa de sua infelicidade. Você é único.
O que faz você infeliz é a busca de uma coisa que não existe. A felicidade não existe. Da mesma forma, não existe tal coisa como a iluminação. Você pode dizer que todos os professores e todos os santos e salvadores da humanidade têm vindo a afirmar ao longo de séculos após séculos que existe iluminação e que eles são iluminados. Jogue-os todos no rio! Eu não me importo. Compreender que, de todo, não há iluminação, é iluminação.

UGK
Sabe, de fato não temos amor – essa é uma coisa terrível de se perceber. De fato não temos amor; temos sentimento; temos emocionalismo, sensualidade, sexualidade, temos lembranças de alguma coisa que pensamos que era amor.

Mas de fato, brutalmente, não temos amor. Porque ter amor significa não ter violência, nem medo, nem competição, nem ambição.

Se você teve amor, nunca dirá, “Esta é minha família.” Você pode ter uma família e lhe dar o melhor que pode; mas ela não será “sua família” que está em oposição ao mundo.

Se você ama, se existe amor, existe paz.

Se você amasse, educaria seu filho não para ser nacionalista, não para ter apenas uma profissão técnica e tratar apenas de seus pequenos assuntos; você não teria nacionalidade. Não haveria divisões de religião, se você amasse.

Mas como essas coisas de fato existem – não teoricamente, mas brutalmente – este mundo hediondo, mostra que você não tem amor.

Mesmo o amor da mãe por seu filho não é amor. Se a mãe realmente amasse seu filho, você acha que o mundo seria assim?

Ela cuidaria que ele tivesse o alimento correto, a educação correta, que fosse sensível, que apreciasse a beleza, que não fosse ambicioso, ganancioso, invejoso. Então a mãe, conquanto ela possa pensar que ama seu filho, não ama. Então não temos esse amor.

Jiddu Krishnamurti
The Collected Works, Vol. XV Varanasi 5th Public Talk 28th November 1964
http://www.vidaplenaebemestar.com.br/amor/j-krishnamurti-de-fato-nao-temos-amor

 
SOBRE NACIONALISMO.

"...Vem, a seguir, a moléstia do nacionalismo, o nacionalismo como um meio de exploração e opressão. Esta perigosa doença do nacionalismo divide as pessoas, assim como as religiões também o fazem. Daí surgem os governos soberanos, cuja tarefa é preparar a guerra. As guerras não constituem uma necessidade; matar a outro ser humano, não é uma necessidade".

"O absurdo do nacionalismo mais não é que a expressão coletiva da busca egoísta da segurança".

- Krishnamurti - Do livro: Krishnamurti no Chile e no México em 1935 - ICK

Texto completo:http://nossaluzinterior.blogspot.com.br/2010/02/sobre-busca-de-seguranca.html

 


El nacionalismo es una enfermedad terrible (J.Krishnamurti):http://redprisma.org/latam/index.php/entrevistas-politica/3063-el-nacionalismo-es-una-enfermedad-terrible-jkrishnamurti

 
Nós somos os herdeiros de toda essa cultura violenta. Assim, sua cultura não é nada mais do que ensinar ao homem como matar e como ser morto, seja em nome da religião ou em nome de uma ideologia política, ou em nome do patriotismo, ou qualquer coisa que você quiser. Não tem como ser diferente disso. É por isso que eu disse que a coisa toda está se movendo na direção da total aniquilação do homem. Essas coisas têm colocado em movimento forças de destruição que nenhum poder pode parar.

- Upalluri Gopalla Krishnamurti.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Não há nada que você possa obter de qualquer discurso espiritual ou de qualquer livro religioso. Isto é o que eu tenho tentado chamar a atenção para aqueles que se interessam em ouvir-me: Não há nada para realizar, nada para alcançar. Então, sobre o quê é esta algazarra? O que é que você quer? O que é que você está procurando? - Esta é a minha pergunta.

UGK
Quando a esperança e a tentativa de entender não existe, então a vida se torna significativa. A Vida, sua existência, tem uma enorme qualidade. Todos os seus conceitos sobre amor, beatitude, felicidade infinita, paz, só bloqueiam essa energia natural da existência. Como posso fazer você entender que o que estou descrevendo não tem absolutamente nada a ver com todas essas coisas religiosas? 

Você vê centenas de corpos levados na camionete depois da morte, e ainda assim você não pode imaginar sua própria morte. É impossível, pois a sua própria morte não pode ser experimentada por você.

UGK
São os que creem em Deus, que pregam a paz e falam de amor, que criaram a selva humana. Comparada com a selva do homem, a selva da natureza é simples e sensível! Na natureza, os animais não matam sua própria espécie. Isso faz parte da beleza da natureza. A este respeito, o homem é pior do que os outros animais. O chamado homem "civilizado" mata por ideais e crenças, enquanto os animais só matam para sobreviver.

UG
Quando a esperança e a tentativa de entender não existe, então a vida se torna significativa. A Vida, sua existência, tem uma enorme qualidade. Todos os seus conceitos sobre amor, beatitude, felicidade infinita, paz, só bloqueiam essa energia natural da existência. Como posso fazer você entender que o que estou descrevendo não tem absolutamente nada a ver com todas essas coisas religiosas? 

Você vê centenas de corpos levados na camionete depois da morte, e ainda assim você não pode imaginar sua própria morte. É impossível, pois a sua própria morte não pode ser experimentada por você.

UGK
Não adianta questionar a realidade. Questione, em vez disso, seus objetivos, suas crenças e suposições. É deles, e não da realidade, que você deve ser livre.

UGK
Sabem o que significa amar alguém?

Sabem o que significa amar alguém? Sabem o que significa amar uma árvore, uma ave, um animal de estimação, ao ponto de cuidarmos com desvelo do ser que amamos, nutri-lo, acarinhá-lo, embora ele nada nos dê em troca — embora a árvore não nos dê sombra, o animal não nos siga os passos e não dependa de nós? A maioria de nós não amamos dessa maneira; em verdade, não sabemos o que isso significa, porque nosso amor é sempre cercado de ansiedade, de ciúme, de medo — e isso implica que estamos dependendo de outrem, interiormente, que desejamos ser amados também. Não amamos simplesmente, sem nada mais desejarmos. Queremos retribuição; e isso justamente, nos torna dependentes.

Krishnamurti — A Cultura e o problema humano.

http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2013/07/sem-amor-liberdade-e-mera-ideia-sem.html

 
Se sou estúpido e digo que devo tornar-me inteligente, o esforço para me tornar inteligente é apenas uma forma ampliada de minha estupidez; porque o importante é compreender a estupidez. Por mais que eu me esforce para me tornar inteligente, minha estupidez permanecerá. Poderei adquirir um superficial verniz de ilustração, ser capaz de citar livros, repetir mensagens dos grandes autores, mas, basicamente, continuarei estúpido. Porém, se vejo e compreendo a estupidez, conforme se manifesta em minha vida diária — como me comporto com meu empregado, como olho o meu vizinho, o homem pobre, o homem rico, o auxiliar de escritório — então, esse próprio percebimento provoca a dissolução da estupidez.

Tem isso. Observem-se quando falam com o seu serviçal, observem o enorme respeito que mostram para com o patrão e o pouco caso que fazem do homem que nada tem para dar-lhes. Começarão, então, a descobrir como são estúpidos; e, no compreender a estupidez, há inteligência, sensibilidade. Vocês não têm de tornarem-se sensíveis. O homem que está tentando tornar-se alguma coisa é feio, insensível; é rude.

Krishnamurti — A Cultura e o Problema Humano.

Texto completo:http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2013/07/pode-mente-rude-se-tornar-sensivel.html

 
Pergunta: Pode a mente rude se tornar sensível?

Krishnamurti: Escutem a pergunta, o significado que jaz oculto atrás das palavras. Pode a mente rude se tornar sensível? Se digo que minha mente é rude e procuro torna-la sensível, o próprio esforço para torna-la sensível é rudeza. Vejam bem isso, por favor. Não se mostrem intrigados — observem! Mas se, ao contrário, reconheço que sou rude, sem desejar mudar o estado, sem procurar tornar-me sensível; se começo a compreender o que é rudeza, se observo em minha vida de cada dia — minha maneira sôfrega de comer, a rispidez com que trato as pessoas, o orgulho, a arrogância, a vulgaridade de meus hábitos e pensamentos — então essa própria observação transforma "o que é".

Krishnamurti — A Cultura e o Problema Humano.

Resposta completa:http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2013/07/pode-mente-rude-se-tornar-sensivel.html

 
Pergunta: Uma vez que a entrada dos Harijans nos templos ajuda a acabar com uma das muitas formas de divisão entre homem e homem que existem na Índia, apoia este movimento que está a ser zelosamente defendido atualmente neste país?

Krishnamurti: Ora por favor compreendam que eu não estou a atacar qualquer personalidade. Não perguntem, “Está a atacar Ghandiji?” etc. Não penso que o problema da diferença de classes na Índia ou em qualquer outro lugar seja resolvido por se permitir que os Harijans entrem nos templos. A diferença de classes só cessa quando já não houver mais templos, mais igrejas, quando não houver mesquitas e não houver sinagogas; porque a verdade, Deus, não está numa pedra, numa imagem esculpida; não está contida entre quatro paredes. Essa realidade não está em nenhum desses templos, nem reside em qualquer das cerimônias efetuadas neles. Portanto porquê incomodarem-se por causa de quem entra e quem não entra nestes templos?
Muitos de vocês sorriem e concordam, mas não sentem estas coisas. Não sentem que a realidade está em todo o lado, em vocês, em todas as coisas. Para vocês, a realidade é um símbolo, seja ele Cristão ou Budista, esteja ele associado a uma imagem ou a nenhuma imagem. Mas a realidade não é um símbolo. A realidade não tem símbolo. Ela é. Não a podem esculpir numa imagem, limitá-la por uma pedra ou por uma cerimônia ou por uma crença. Quando estas coisas já não existirem, as discórdias entre os homens cessarão, bem como quando o nacionalismo – que tem sido cultivado através dos séculos com objetivos de exploração – já não existir, não haverão mais guerras. Os templos, com todas as suas superstições, com os seus exploradores, os sacerdotes, foram criados por vocês. Os sacerdotes não podem existir sozinhos. O sacerdócio pode existir como um meio de vida, mas isso em breve desaparecerá quando as condições econômicas mudarem, e os sacerdotes alterarem o seu ofício. A causa, a raiz de todas estas coisas, dos templos, do nacionalismo, da exploração, da possessividade, reside no vosso desejo de segurança, de conforto. A partir da vossa própria aquisitividade, criam inúmeros exploradores, sejam eles capitalistas, sacerdotes, professores, ou gurus, e tornam-se explorados. Enquanto esta aquisitividade, esta auto-segurança existir, haverá guerras, haverá diferença de castas.
Não se podem livrar do veneno apenas discutindo, falando, organizando. Quando vocês, como indivíduos, despertarem para o absurdo, para a falsidade, a hediondez de todas estas coisas, quando realmente sentirem dentro de vocês a grosseira crueldade de tudo isto, só então criarão organizações das quais não se tornem escravos. Mas se não despertarem, nascerão organizações que os farão seus escravos. É isso o que está a acontecer em todo o mundo. Por amor de Deus, despertem para estas coisas, pelo menos aqueles de vocês que pensam! Não inventem novas cerimônias, não criem novos templos, novas ordens secretas. Eles são apenas outras formas de exclusividade. Não pode haver compreensão, sabedoria, enquanto existir este espírito de exclusividade, enquanto estiverem voltados para o ganho, para a segurança. A sabedoria não está na proporção do progresso. A sabedoria é espontânea, natural; não pode resultar do progresso; existe na realização.
Portanto, muito embora todos vocês, Brâmanes e não Brâmanes, sejam autorizados a entrar em templos, isso não dissolverá as diferenças de classe. Porque vocês irão mais tarde que os Harijans; lavar-se-ão mais cuidadosamente ou menos cuidadosamente. Esse veneno da exclusividade, essa influência perniciosa nos vossos corações, não foi extirpada, e ninguém a vai extirpar por vocês. O comunismo e a revolução podem chegar e acabar com todos os templos deste país, mas esse veneno continuará a existir, só que de uma forma diferente. Não é assim? Não acenem as vossas cabeças em sinal de concordância, porque no momento seguinte estarão a fazer precisamente o contrário do que estou a falar. Não os estou a julgar.
Só há uma maneira de atacar estes problemas, que é fundamentalmente, não superficialmente, sintomaticamente. Se os abordarem fundamentalmente, tem que haver uma revolução tremenda; o pai erquer-se-á contra o filho, o irmão contra o irmão. Será um tempo de luta, de estado de guerra, não de paz, porque há tanta corrupção e decadência. Mas todos vocês querem paz, querem tranquilidade a qualquer custo, com todo este veneno ulceroso nos vossos corações e mentes. Digo-lhes que quando um homem procura a verdade ele é contra todas estas crueldades, barreiras, explorações; ele não lhes oferece conforto; ele não lhes traz paz. Pelo contrário, ele luta porque vê as muitas falsas instituições, as situações corruptas que existem. Eis porque digo que se estão à procura da verdade têm que estar sozinhos – pode ser contra a sociedade, contra a civilização. Mas infelizmente poucas pessoas estão verdadeiramente a procurar. Não estou a julgá-los. Estou a dizer que as vossas próprias ações deveriam revelar-lhes que estão a edificar mais que a destruir esses muros da diferença de classes; que estão a salvaguardar mais que a demoli-los, a acalentá-los mais que a dilacerá-los, porque estão continuamente à procura de auto-glorificação, segurança, conforto, de uma forma ou de outra.







"A espiritualidade é uma invenção da mente, e a mente é um mito. As suas tradições estão sufocando você. Mas, infelizmente, você não faz nada. Você realmente ama ser sufocado. Você ama o fardo do lixo cultural, o lixo morto do passado. Ele tem de desaparecer naturalmente. Ele simplesmente cai. Você não depende mais de conhecimentos, exceto como uma ferramenta útil para funcionar de forma saudável neste mundo."

U.G. Krishnamurti
Beber um copo de cerveja ou fumar um cigarro é exatamente o mesmo que repetir orações, palavras sagradas, e escrituras. Ir para o bar ou o templo é exatamente o mesmo, é uma solução rápida. Você atribui um significado especial às orações e templos, por nenhuma outra razão do que o seu preconceito, que o faz se sentir superior a quem frequente bares e bordéis.

U.G. Krishnamurti
Enquanto existir um organismo vivo, haverá desejo. É natural. O pensamento interferiu e tentou reprimir, controlar e moralizar a respeito do desejo. Estamos a tentar resolver o "problema" do desejo através do pensamento. É o pensamento que criou o problema.

U.G. Krishnamurti
Qualquer coisa que você faça com o pensamento para criar um estado de paz mental é usar a força, e por isso, é violento. Tal abordagem é um absurdo. Você está tentando impor a paz por meio da violência. Yoga, meditações, orações, mantras, são todas técnicas violentas. O organismo vivo é muito pacifico, você não tem que fazer nada. O corpo funcionando de forma pacífica não se importa com seus êxtases, beatitudes, ou estados abençoados.

U.G.
A única maneira que o passado pode sobreviver e manter sua continuidade é através da procura constante de experimentar a mesma coisa repetidamente. É por isso que a vida se tornou um aborrecimento. A vida se tornou entediante porque fizemos dela uma coisa repetitiva. Então, o que erradamente chamamos de "presente" é realmente o passado repetitivo projetando um futuro fictício. Seus objetivos, sua busca, suas aspirações são lançadas neste molde.

U.G.K.