sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Você se torna a coisa com que luta.

Certamente você se torna a coisa com que luta. Se estou com raiva e você me encontra com raiva, qual é o resultado? Mais raiva. Você se tornou aquilo que eu sou. Se eu sou mau e você luta comigo com mal então você também se torna mau, conquanto correto possa sentir. Se eu sou bruto e você usa métodos brutais para me dominar, então você se torna bruto como eu. E isto nós fizemos durante milhares de anos. Certamente existe uma abordagem diferente de enfrentar o ódio com ódio. Se uso métodos violentos para subjugar a raiva em mim mesmo então estou usando meios errados para um fim correto, e por isso o fim certo deixa de existir. Nisto não há compreensão; não transcender a raiva. A raiva é para ser estudada tolerantemente e compreendida; não é para ser dominada por meios violentos. A raiva pode ser resultado de muitas causas e sem compreendê-las não há libertação da raiva.
Nós criamos o inimigo, o bandido, e nos tornarmos o inimigo de modo algum leva a um fim da animosidade. Temos que compreender a causa da animosidade e parar de alimentá-la com nosso pensamento, sentimento e ação. Esta é uma tarefa árdua que exige constante conscientização e inteligente flexibilidade, pois o que somos a sociedade, o estado é. O inimigo e o amigo são o resultado de nosso pensamento e ação. Somos responsáveis por criar animosidade e assim é mais importante estar consciente de nosso próprio pensamento e ação do que estar preocupado com o adversário e o amigo, porque o pensamento correto põe fim à divisão. O amor transcende o amigo e o inimigo.

-J.Krishnamurti, The Book of Life.

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