quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não nos vemos um ao outro como realmente somos.

"É só quando vemos sem nenhum preconceito, nenhuma imagem, que somos capazes de estar em direto contato com alguma coisa na vida. Todas as nossas relações baseiam-se, com efeito, em imagens formadas pelo pensamento. Se tenho uma imagem a respeito de vós, e vós tendes uma imagem a respeito de mim, naturalmente não nos vemos um ao outro como realmente somos. O que vemos são as imagens que formamos um do outro, as quais nos impedem o contato, e é por essa razão que nosso relacionamento não funciona bem.

Quando digo que vos conheço, quero dizer que vos conheci ontem. Não vos conheço realmente, agora. O que conheço é só a imagem que tenho de vós. Essa imagem é constituída pelo que dissestes em meu louvor ou para me insultardes, pelo que me fizestes; é constituída de todas as lembranças que tenho de vós; e vossa imagem relativa a mim é constituída da mesma maneira, e são essas imagens que estão em relação e nos impedem de comungar realmente um com o outro.

Duas pessoas que viveram em comum por muito tempo têm imagens uma da outra, que as impedem de estar em relação. Se compreendemos as relações, podemos cooperar, mas não há possibilidade de cooperação através de imagens, de símbolos, de conceitos, ideologias. Só quando compreendemos a verdadeira e mútua relação entre nós, há possibilidade de amor, mas o amor é negado quando temos imagens. Por conseguinte, importa compreenderdes, não intelectualmente porém realmente, em vossa vida diária, como formastes imagens a respeito de vossa esposa, de vosso marido, de vosso vizinho, de vosso filho, de vossa pátria, vossos políticos, vossos deuses; nada mais tendes senão imagens."

- Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.

Texto completo: http://goo.gl/OtNbvt
 

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