quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Porque buscamos e que é que queremos achar?

"No buscar, há a entidade que busca, e a coisa buscada, portanto, dualidade. E que poderá achar o "eu" que busca? O que ele achar estará de acordo com seu condicionamento. Se um indivíduo é cristão, achará o que sua cultura e a respectiva propaganda lhe ensinou; se é hinduísta, achará o que a cultura hinduísta lhe ensinou, e assim por diante. Dessarte, em conformidade com vossa cultura, vosso condicionamento, vossos conhecimentos, ides descobrir o que chamais Verdade, Felicidade, etc. Por conseguinte, o passado vai buscar, no futuro, uma certa coisa já determinada. Não haverá, pois, descobrimento da verdade e, sim, um descobrimento feito consoante o passado, ou seja de acordo com o conhecimento, a experiência, a memória.

Portanto, a mente que deseja perceber o verdadeiro deve estar livre do passado, de seu condicionamento. Isto é, se sois hinduísta, deveis achar-vos inteiramente livre de todo condicionamento conceptual, de toda tradição. Do contrário, descobríreis o que a tradição dita, o que a tradição vos manda achar. Assim, para perceber o verdadeiro, a mente deve estar livre de todo o seu condicionamento, de sua particular cultura, livre de toda e qualquer crença. Porque toda crença se baseia no desejo de consolação, de segurança, ou no medo. Vós não credes que o Sol se erguerá amanhã; sabeis que ele se erguerá. Só a mente que, vendo-se incerta e confusa, busca segurança e consolação, crê. Deveis, pois, estar totalmente livre de crenças, vale dizer, livre de conclusões e ideais."

- Krishnamurti - Nova Deli, 20 de dezembro de 1970.
Do livro: O Novo Ente Humano - ICK

Texto completo:http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/08/liberdade-mental.html

 

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